Em meio à crescente preocupação global com sustentabilidade e inovação no setor automotivo, o governo federal do Brasil adotou uma nova política de tributação para veículos eletrificados. Desde janeiro de 2024, as autoridades brasileiras implementam um cronograma progressivo de aumento do imposto de importação para carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in adquiridos fora do país. Esta medida segue diretrizes definidas ainda em 2023 pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior, visando reorientar o mercado automotivo nacional.
A decisão foca não apenas na adaptação às tendências internacionais de mobilidade limpa, mas também busca estimular a produção doméstica de veículos menos poluentes. A expectativa é que, ao ajustar a carga tributária sobre importados gradualmente até 2026, a indústria nacional seja impulsionada a investir em tecnologias automotivas mais ecológicas. Para fabricantes e consumidores, o cenário passa a demandar maior atenção aos prazos e taxas escalonadas.
Como funciona o novo imposto para carros elétricos e híbridos?
A nova política adota alíquotas progressivas para três categorias principais: veículos híbridos, híbridos plug-in e totalmente elétricos. Cada segmento recebe percentuais distintos, que aumentam a cada etapa do cronograma. Por exemplo, nos híbridos, a cobrança iniciou com 15% em janeiro de 2024, subindo para 25% a partir de julho do mesmo ano, 30% em julho de 2025 e chegando a 35% em julho de 2026. O mesmo critério de atualização gradual aplica-se aos demais tipos de carros eletrificados, respeitando percentuais diferentes conforme o nível de eletrificação.
No caso dos híbridos plug-in, a tributação começou em 12% e será elevada progressivamente até alcançar o valor máximo em 2026. Já para os veículos totalmente elétricos, a taxação parte de 10% e segue caminho semelhante. O escalonamento pretende criar um ambiente previsível para o setor automotivo planejar investimentos de longo prazo, considerando as exigências ambientais e os incentivos à produção interna.
Quais são as cotas de isenção para a importação de veículos eletrificados?
Apesar do aumento nos impostos, o governo instituiu cotas anuais para isenção do tributo, válidas até 30 de junho de 2026. As montadoras poderão importar um volume pré-estabelecido de veículos eletrificados sem a incidência do novo imposto de importação, desde que respeitem o limite financeiro fixado para cada período. Essa política de cotas visa transição gradual do setor, evitando impactos bruscos e facilitando a adaptação de fabricantes, distribuidores e consumidores ao novo regime tributário.
- Vantagem para montadoras: Permite planejamento de estoques sem impacto imediato do aumento tributário.
- Estímulo à produção nacional: Reduz a dependência de importações e fortalece a indústria automotiva local.
- Tempo para adequação: Garante adaptação progressiva de toda a cadeia produtiva.

Como as mudanças impactam o consumidor e a indústria automotiva?
A alteração nas taxas de importação sobre veículos elétricos gera repercussões diretas no mercado. Do lado do consumidor, o custo final dos modelos importados tende a aumentar à medida que as alíquotas sobem, incentivando a busca por versões fabricadas no Brasil. Para as montadoras, o desafio é equilibrar o aproveitamento das cotas de isenção com o investimento em linhas de produção nacionais. Ao mesmo tempo, a medida pode estimular novas parcerias tecnológicas e transferência de tecnologia para o país.
- Consumidores vão observar possível elevação dos preços de veículos eletrificados importados ao longo dos próximos anos.
- Fabricantes nacionais podem ganhar competitividade ao priorizarem modelos menos poluentes em suas linhas de produção.
- A introdução progressiva das alíquotas deve atrair investimentos estrangeiros interessados em instalar fábricas no Brasil.
O cenário aponta tendência de fortalecimento do setor automotivo brasileiro no segmento de veículos verdes até 2026, além de alinhar o país com compromissos globais de redução de emissões de carbono. Dessa forma, o novo cronograma de impostos representa não apenas ajuste tributário, mas uma estratégia industrial para o desenvolvimento sustentável do mercado.