O fenômeno climático conhecido como La Niña é caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. Este evento natural tem a capacidade de alterar significativamente os padrões de chuva e temperatura em diversas regiões do planeta. No Brasil, por exemplo, a presença de La Niña pode resultar em um aumento na entrada de massas de ar frio, especialmente nas regiões Sul e Sudeste.
Em dezembro de 2024, a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) confirmou a presença de La Niña. Contudo, mesmo com o fenômeno ativo, o início de 2025 foi marcado por uma maior frequência de bloqueios atmosféricos. Esses bloqueios dificultaram a entrada de frentes frias no país e inibiram a formação de nuvens de chuva, desafiando as expectativas climáticas habituais associadas ao fenômeno.
Quais são as expectativas para o clima em 2025?
Segundo a meteorologista Patrícia Cassoli, em um artigo publicado no Climatempo, observou-se em fevereiro de 2025 que as águas do leste do Oceano Pacífico estavam mais quentes do que o normal. Essa mudança sugere um possível enfraquecimento do La Niña. A expectativa é que a NOAA declare o fim do fenômeno nas próximas semanas, indicando um retorno à neutralidade climática, ou seja, um período sem a influência de La Niña ou El Niño.
As projeções climáticas indicam que essa neutralidade deve persistir até pelo menos meados de 2025. Mesmo com o enfraquecimento do La Niña, prevê-se que massas de ar frio continuem a atingir a Região Sul do Brasil a partir da segunda quinzena de março. Este padrão pode resultar em um outono e inverno com mais frentes frias avançando pelo centro-sul do país em comparação com o ano anterior.
Como La Niña afeta o clima global?
O impacto de La Niña não se limita ao Brasil. Globalmente, o fenômeno pode causar uma série de alterações climáticas. Nos Estados Unidos, por exemplo, é comum que La Niña resulte em invernos mais secos e quentes no sul do país, enquanto o noroeste pode experimentar condições mais úmidas. Na Austrália, o fenômeno frequentemente está associado a um aumento nas chuvas, o que pode beneficiar a agricultura, mas também aumentar o risco de inundações.
Além disso, La Niña pode influenciar a atividade ciclônica no Oceano Atlântico, potencialmente aumentando o número de furacões. Essa variabilidade climática global destaca a importância de monitorar e compreender os fenômenos climáticos para melhor se preparar para seus impactos.

Quais são as implicações para o futuro?
Com o enfraquecimento do La Niña e a possível transição para um estado de neutralidade climática, as previsões para o restante de 2025 são de um clima mais estável. No entanto, a variabilidade climática inerente a esses fenômenos exige que as previsões sejam constantemente atualizadas e ajustadas. A compreensão dos padrões climáticos e suas implicações é crucial para a agricultura, gestão de recursos hídricos e planejamento urbano.
Em um mundo cada vez mais afetado pelas mudanças climáticas, a capacidade de prever e se adaptar a fenômenos como La Niña e El Niño é essencial. As instituições meteorológicas continuam a desempenhar um papel vital na coleta de dados e na comunicação de previsões precisas para mitigar os impactos adversos desses eventos naturais.