Nos últimos anos, as redes sociais se tornaram um espaço vibrante para a criação de conteúdo em diversos nichos, incluindo a literatura. Plataformas como o TikTok, com o fenômeno do BookTok, têm promovido discussões literárias e aproximado leitores de todo o mundo. Um dos movimentos que ganhou força nesse cenário é o dos clubes do livro, que se tornaram populares tanto entre influenciadores quanto entre usuários comuns.
O ressurgimento dos clubes do livro pode ser atribuído, em parte, à pandemia, quando muitas pessoas buscaram novas formas de conexão e entretenimento. Segundo Maria Isabel Edom Pires, professora de literatura contemporânea na Universidade de Brasília, a leitura se tornou uma atividade social importante durante esse período, permitindo que as pessoas se conectassem através de histórias e debates literários.
Como os clubes do livro estão transformando a experiência de leitura?
Os clubes do livro oferecem uma oportunidade única para os leitores explorarem novos gêneros e autores. Maria Luísa Carvalho, estudante de medicina, relata que seu clube do livro familiar não apenas fortalece os laços entre os membros, mas também os incentiva a sair da zona de conforto literária. Cada membro sugere um livro, e a escolha é feita por sorteio, garantindo uma diversidade de leituras.
Participar de um clube do livro também pode ser uma forma de conhecer novas pessoas e criar amizades. Maria Luísa destaca que a experiência de ler e discutir livros em grupo é enriquecedora e divertida, proporcionando um ambiente acolhedor para o intercâmbio de ideias e experiências.
Qual o papel das redes sociais na popularização dos clubes do livro?
As redes sociais desempenham um papel crucial na popularização dos clubes do livro. Elas permitem que leitores compartilhem suas experiências e descubram novos grupos de leitura. Bruna Picarelli, que se juntou a um clube do livro durante a pandemia, afirma que a experiência a ajudou a desenvolver uma rotina de leitura e a explorar obras que talvez nunca tivesse escolhido por conta própria.
Influenciadores literários, como Pedro Pacífico, conhecido como Bookster, têm contribuído significativamente para essa tendência. O clube de leitura “Bookster pelo Mundo”, criado por ele, oferece uma curadoria de livros que desafia os leitores a expandirem seus horizontes literários, explorando obras de diferentes países e culturas.
Clubes do livro presenciais: uma experiência além das redes
Embora as redes sociais tenham impulsionado a popularidade dos clubes do livro, os encontros presenciais continuam a ser uma parte importante dessa experiência. Em Brasília, por exemplo, a Universidade de Brasília promove vários clubes de leitura, cada um com um foco específico, como literatura contemporânea ou obras escritas por mulheres.
A Biblioteca Nacional de Brasília também organiza encontros mensais abertos ao público, proporcionando um espaço para discussões literárias e interação social. Esses clubes oferecem uma oportunidade valiosa para os leitores se desconectarem das telas e se envolverem em conversas significativas sobre literatura.

O futuro dos clubes do livro
O futuro dos clubes do livro parece promissor, com a combinação de encontros virtuais e presenciais ampliando o alcance e a acessibilidade desses grupos. À medida que mais pessoas descobrem os benefícios de participar de um clube do livro, é provável que essa prática continue a crescer, promovendo a leitura e a conexão entre leitores de todas as idades e origens.
Os clubes do livro não apenas incentivam a leitura, mas também oferecem um espaço para a troca de ideias e o desenvolvimento de novas amizades. Com o apoio das redes sociais e de iniciativas locais, eles têm o potencial de transformar a maneira como as pessoas se relacionam com a literatura e umas com as outras.