Na Roma Antiga, os sabões modernos ainda não existiam. Mesmo assim, os romanos encontraram formas criativas de manter suas roupas limpas. Uma das mais surpreendentes foi o uso da urina humana como produto de limpeza. Isso mesmo: a urina era coletada e utilizada nas lavanderias públicas para lavar tecidos.
A ciência por trás do uso da urina
Pode parecer estranho, mas existe uma explicação química para isso. A urina contém amônia, uma substância que é eficaz na remoção de sujeira e gordura dos tecidos. Os trabalhadores das lavanderias — chamados de fullones — usavam grandes tanques onde misturavam água e urina, e pisoteavam as roupas com os pés para garantir a limpeza.
Coleta pública de urina
Para manter o fornecimento constante, havia potes colocados nas ruas para que os cidadãos urinassem neles. A urina coletada era levada para as lavanderias. O processo era tão comum que o imperador Vespasiano chegou a criar um imposto sobre a urina — conhecido como vectigal urinae. A frase famosa “pecunia non olet” (“o dinheiro não cheira”) teria surgido justamente nessa época.

Urina também era usada em higiene bucal
Mais surpreendente ainda é saber que a urina também foi utilizada como ingrediente em produtos para limpeza dos dentes. Escritos antigos relatam que ela era considerada eficaz para clarear os dentes — embora, evidentemente, o cheiro não fosse dos mais agradáveis.
O que isso diz sobre os romanos?
Esse tipo de curiosidade mostra como os romanos eram pragmáticos e inventivos. Em vez de se prenderem ao nojo, usavam os recursos disponíveis para resolver problemas do dia a dia, como higiene e limpeza para a população. A prática foi abandonada com o tempo, mas ainda hoje é lembrada como um exemplo fascinante da engenhosidade antiga.