O reino animal está repleto de comportamentos incríveis — e às vezes extremos. Um dos casos mais surpreendentes vem dos polvos, criaturas marinhas conhecidas por sua inteligência e habilidades camufladoras.
Você sabia que muitas polvo fêmeas param de se alimentar completamente depois de colocar seus ovos? Esse comportamento, que leva à morte por inanição, ainda intriga cientistas e revela a profundidade do instinto materno na natureza.
O ciclo de vida do polvo
Os polvos têm um ciclo de vida curto. Dependendo da espécie, eles vivem entre 6 meses a 5 anos. Após o acasalamento, a fêmea encontra um local seguro e coloca milhares de ovos — e então começa um comportamento fascinante e trágico.
Ela se recusa a sair do ninho e passa dias, semanas ou até meses protegendo os ovos, mantendo-os limpos, oxigenados e longe de predadores.
Por que ela para de comer?
Durante esse período, a fêmea geralmente não se alimenta. Estudos sugerem que há alterações químicas no cérebro do polvo após a reprodução que bloqueiam o apetite. Alguns pesquisadores identificaram que o órgão óptico (uma estrutura do sistema nervoso do polvo) libera hormônios que levam ao autoenfraquecimento.
Em outras palavras: o corpo da fêmea literalmente se programa para morrer, garantindo que toda a energia seja dedicada à proteção dos filhotes.

O que acontece depois do nascimento dos filhotes?
Assim que os ovos eclodem, a fêmea normalmente já está extremamente fraca e, em muitos casos, morre logo em seguida. Esse comportamento faz parte do que os cientistas chamam de reprodução semélpara, ou seja, o animal se reproduz apenas uma vez na vida.
Por que isso acontece?
Esse sacrifício biológico é uma estratégia evolutiva: ao garantir que os ovos tenham máxima proteção até a eclosão, a espécie aumenta as chances de sobrevivência da próxima geração, mesmo ao custo da vida da mãe.
O mundo natural é cheio de sacrifícios silenciosos e o polvo é um dos maiores exemplos. A fêmea morre de fome para proteger sua prole, um gesto extremo que desafia nossa compreensão sobre instinto, sobrevivência e amor materno no reino animal.