Os peixes-bois, conhecidos também como vacas-marinhas, são mamíferos aquáticos que despertam a curiosidade de muitos devido à sua aparência peculiar e comportamento tranquilo. Estes animais, que habitam tanto águas doces quanto salgadas, possuem características únicas que os tornam fascinantes para biólogos e entusiastas da vida marinha.
Embora sejam frequentemente vistos em vídeos realizando truques em aquários, há muito mais a ser descoberto sobre essas criaturas além de sua aparência robusta e comportamento dócil. A seguir, exploraremos algumas curiosidades sobre os peixes-bois que ajudam a entender melhor sua importância ecológica e os desafios que enfrentam.
O que compõe a dieta dos peixes-bois?
Os peixes-bois são herbívoros e sua dieta é composta principalmente por plantas aquáticas e semi-aquáticas. Estes mamíferos consomem uma quantidade significativa de vegetação diariamente, o que pode representar até 13% do seu peso corporal. Espécies como o peixe-boi-da-amazônia, que pode pesar cerca de 420 kg, ingerem mais de 50 kg de vegetais por dia.
Entre os alimentos preferidos estão algas, aguapés e capins aquáticos. Essa dieta rica em fibras é essencial para manter a saúde e o bem-estar dos peixes-bois, além de desempenhar um papel importante na manutenção dos ecossistemas aquáticos, já que ajudam a controlar o crescimento excessivo de plantas.
Como ocorre a reprodução dos peixes-bois?
A reprodução dos peixes-bois é um processo relativamente lento. A gestação dura aproximadamente 13 meses, e as fêmeas geralmente dão à luz a um único filhote. Após o nascimento, o filhote permanece com a mãe por até dois anos, período em que é amamentado e aprende a sobreviver no ambiente aquático.
Devido a esse longo ciclo reprodutivo, as fêmeas têm filhotes a cada quatro anos, em média. Essa baixa taxa de reprodução, aliada a fatores como a caça ilegal e a perda de habitat, contribui para a vulnerabilidade das populações de peixes-bois.

Por que os peixes-bois estão ameaçados de extinção?
Os peixes-bois enfrentam várias ameaças que colocam em risco sua sobrevivência. A caça ilegal, motivada pela busca por sua carne e couro, é uma das principais causas de declínio populacional. No Brasil, a caça de peixes-bois é proibida desde 1967, mas ainda ocorre em algumas regiões, especialmente entre comunidades ribeirinhas.
Além disso, a destruição de habitats naturais devido à expansão urbana e agrícola reduz as áreas disponíveis para alimentação e reprodução. A hibridização entre espécies, como o peixe-boi-marinho e o peixe-boi-da-amazônia, também contribui para a diminuição da variabilidade genética, essencial para a adaptação e sobrevivência a longo prazo.
Quais são as características sensoriais dos peixes-bois?
Os peixes-bois possuem sentidos aguçados que os ajudam a navegar e sobreviver em seus habitats aquáticos. Sua visão é bem desenvolvida, permitindo distinguir cores e detectar movimentos sutis na água. Além disso, possuem uma membrana protetora nos olhos que os protege durante o mergulho.
O olfato dos peixes-bois também é bastante eficiente. Com narinas adaptadas para respirar na superfície, eles conseguem detectar odores mesmo debaixo d’água, o que é crucial para encontrar alimento e evitar predadores.
Qual é a importância dos peixes-bois para o Brasil?
O Brasil é o único país que abriga duas espécies de peixes-bois: o peixe-boi-marinho e o peixe-boi-da-amazônia. Ambas as espécies são encontradas na foz do Rio Amazonas, na região da Ilha de Marajó. A presença dessas espécies é vital para a biodiversidade local e para a saúde dos ecossistemas aquáticos.
No entanto, a conservação dos peixes-bois enfrenta desafios significativos. A hibridização entre as espécies e a pressão humana sobre seus habitats naturais são questões que precisam ser abordadas para garantir a sobrevivência dessas criaturas fascinantes no futuro.