A Via Láctea, nossa galáxia, é um vasto conglomerado de estrelas, planetas, poeira e gás, formando um espiral majestoso no cosmos. Desde que foi observada por Galileo Galilei em 1609, ela tem sido objeto de estudo e fascínio para astrônomos e entusiastas do espaço. Com o passar dos séculos, muitas descobertas intrigantes foram feitas sobre essa galáxia que chamamos de lar.
Entre as inúmeras galáxias do universo, a Via Láctea se destaca não apenas por ser a nossa, mas também por suas características únicas e fenômenos surpreendentes. A seguir, exploraremos algumas das curiosidades mais notáveis sobre a Via Láctea, revelando os mistérios que ela guarda.
O buraco negro no centro da Via Láctea
No coração da Via Láctea, encontra-se um buraco negro supermassivo conhecido como Sagittarius A*. Este buraco negro é o ponto em torno do qual toda a galáxia orbita. Apesar de sua presença imponente, ele não representa uma ameaça imediata para as estrelas ao seu redor, pois não consome matéria de forma ativa há bastante tempo. A exceção são algumas nuvens de gás e poeira que ocasionalmente são atraídas para sua órbita.
Por que a Via Láctea tem um formato de “S”?
Pesquisas publicadas na Nature Astronomy revelaram que a Via Láctea não é um disco plano, como se pensava anteriormente. Na verdade, suas bordas são distorcidas, conferindo à galáxia um formato de “S” alongado. Essa descoberta altera a compreensão tradicional da estrutura galáctica e sugere uma dinâmica complexa em sua formação.

O que são as bolhas misteriosas da Via Láctea?
Em 2010, astrônomos descobriram enormes bolhas de gás quente e partículas energéticas emanando da Via Láctea. Conhecidas como bolhas de Fermi, elas se estendem acima e abaixo do plano galáctico e são visíveis apenas através do Telescópio Espacial Fermi Gamma-ray. A origem dessas bolhas ainda é um mistério, mas acredita-se que possam estar relacionadas ao ciclo de vida das estrelas próximas ao buraco negro central.
Qual é o tamanho real da Via Láctea?
Estudos recentes indicam que o diâmetro da Via Láctea é de aproximadamente 1,9 milhão de anos-luz, com uma margem de erro de 0,4 milhão de anos-luz. Embora o disco espiral da galáxia tenha cerca de 120 mil anos-luz de diâmetro, a galáxia se estende muito além disso, com estrelas luminosas, discos de gás e matéria escura compondo sua vastidão.
Quantas estrelas podemos ver na Via Láctea?
Embora a Via Láctea contenha cerca de 200 bilhões de estrelas, apenas uma fração minúscula delas é visível a olho nu. Estima-se que apenas 0,000003% das estrelas da galáxia possam ser observadas do nosso planeta, devido à vasta quantidade de poeira e gás que obscurece a visão.

O que está acontecendo com as nuvens de hidrogênio?
Recentemente, cientistas observaram nuvens de hidrogênio se afastando do centro da Via Láctea em direção ao espaço intergaláctico. Essas nuvens viajam a uma velocidade impressionante de 1 milhão de km/h, seguindo a mesma direção das bolhas de Fermi, o que levanta questões sobre a dinâmica interna da galáxia.
Existe graxa na Via Láctea?
Entre as estrelas da Via Láctea, há uma quantidade significativa de moléculas orgânicas oleosas, conhecidas como compostos de carbono alifático. Esses compostos, produzidos em certas estrelas, formam uma espécie de “graxa” cósmica, contribuindo para a complexidade química do espaço interestelar.
Estrelas de outras galáxias podem migrar para a Via Láctea?
Algumas estrelas de outras galáxias, como a Grande Nuvem de Magalhães, podem ser capturadas pela Via Láctea. Acredita-se que essas estrelas sejam lançadas em alta velocidade por interações gravitacionais com buracos negros, sendo posteriormente atraídas pela nossa galáxia.
Quantas estrelas ainda podem nascer na Via Láctea?
A Via Láctea possui uma abundância de gás, suficiente para a formação de bilhões de novas estrelas. Essa capacidade de gerar novas estrelas é evidente nas regiões externas dos braços espirais, onde se observa uma grande quantidade de estrelas azuis jovens.
Qual é a relação da Via Láctea com o superaglomerado de Laniakea?
A Via Láctea faz parte do Superaglomerado de Laniakea, um imenso conjunto de 150 mil galáxias que se estende por 520 milhões de anos-luz. No centro desse superaglomerado, encontra-se o “Grande Atrator”, uma força gravitacional que atrai as galáxias para um ponto central, moldando a estrutura do universo em larga escala.