Em 28 de outubro de 1943, um dos eventos mais intrigantes do folclore militar teria ocorrido, conhecido como o Experimento Filadélfia. Embora a data mais citada seja 28 de outubro, uma testemunha afirmou que a experiência ocorreu, na verdade, em 12 de agosto de 1943. Conta-se que o destroier USS Eldridge da Marinha dos Estados Unidos tornou-se invisível e foi teleportado da Filadélfia para Norfolk. Esta lenda urbana foi lançada ao público por Carl Allen, um marinheiro que alegou testemunhar o misterioso evento.
Allen relatou que o navio surgiu em Norfolk envolto em uma névoa verde, porém sua história não conseguiu maiores testemunhas além dele. Segundo fontes conspiratórias, muitos tripulantes do Eldridge teriam morrido ao se fundir com o navio durante o teletransporte e os sobreviventes foram supostamente silenciados em instituições psiquiátricas militares.
Qual foi o papel de Albert Einstein neste experimento?
Um elemento chave na narrativa do Experimento Filadélfia é a suposta aplicação da Teoria do Campo Unificado de Albert Einstein. Sabe-se que Einstein realmente colaborou com a Marinha dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, mas para um projeto completamente diferente: o desenvolvimento de mecanismos magnéticos para repelir minas submarinas alemãs.
Não há evidências concretas que indiquem a associação direta de Einstein com experimentos de invisibilidade. A ideia de que ele tinha interesse em um aparato eletromagnético capaz de tornar objetos invisíveis surge apenas nas cartas mencionadas por conspirólogos, sem confirmação oficial.
As cartas de Carl Allen e a publicação de Jessup: Fatos ou ficção?
Anos depois do suposto evento, Carl Allen começou a enviar cartas para Morris K. Jessup, um autor de ficção científica. Allen incluiu anotações em uma cópia do livro de Jessup, que depois circulou com o nome de “Edição da Varo” pela Marinha.
Jessup, após ser interrogado, decidiu investigar o caso mais a fundo. Contudo, foi encontrado morto em circunstâncias suspeitas, gerando ainda mais especulações sobre o assunto. O incidente levantou questões sobre a natureza do experimento e o envolvimento militar na possível censura de informações ali contidas.
Quem acredita hoje no Experimento Filadélfia?
A crença no Experimento Filadélfia continua até hoje, alimentada por publicações, documentários e filmes como “Projeto Filadélfia” de 1984. Na cultura popular, esse mito é frequentemente revivido, moldando teorias sobre teletransporte, viagens no tempo e até interações com óvnis.
No entanto, conforme documentos disponíveis, a Marinha dos Estados Unidos nega qualquer envolvimento em tal projeto. Os diários de bordo do Eldridge não mostram atividades incomuns, e o navio continuou sua missão até ser transferido para a Grécia em 1951. Além do mais, pesquisas contemporâneas sobre invisibilidade ainda não apoiam cientificamente as alegações desse experimento misterioso.
Como as teorias da conspiração sobrevivem ao escrutínio do tempo?
O Experimento Filadélfia permanece como exemplo emblemático de teoria da conspiração. Estas frequentemente ganham tração através de misturas de verdades incompletas, coincidências e uma pitada de imaginação. O caso específico do USS Eldridge ilustra como boatos e especulações podem perdurar por décadas mesmo diante da falta de evidências sólidas.
No fim das contas, o fascínio por tais teorias reside na complexidade inerente às histórias não resolvidas e o desejo intrínseco de desafiar o conhecimento estabelecido em busca da verdade, por mais inacessível que ela possa parecer.