A expansão da infraestrutura de carregadores para veículos elétricos no Brasil tem apresentado um crescimento significativo nos últimos anos. Em setembro de 2025, o país contava com 16.880 pontos de carregamento públicos e semipúblicos, marcando um aumento de 59% em relação aos 13 meses anteriores. A distinção entre carregadores públicos e semipúblicos é crucial: enquanto os primeiros são gratuitos e abertos a todos os usuários, os segundos exigem pagamento, cadastro ou possuem horários restritos de funcionamento.
Apesar desse aumento, o Brasil ainda depende fortemente de capital privado para desenvolver sua rede de carregadores. Diferente de nações como a China, onde o governo sustenta uma infraestrutura maciça, o Brasil vê empresas como Neoenergia e EDP liderando iniciativas em corredores elétricos em rodovias, juntamente com marcas automotivas que investem diretamente.
Como o Brasil se posiciona no cenário global de eletrificação veicular?
Comparando com outros países, o Brasil ainda enfrenta desafios. Na China, a liderança na venda de veículos elétricos é acompanhada de uma infraestrutura robusta e suportada pelo governo, com 14 milhões de carregadores disponíveis. Nos Estados Unidos, a rede privada da Tesla domina com seus Superchargers, enquanto a Europa aposta em um desenvolvimento mais fragmentado, combinando esforços governamentais e privados, como visto em países como Noruega e Holanda.
Impactos da capacidade de recarga dos veículos elétricos no Brasil
No Brasil, a proporção de veículos elétricos por ponto de recarga ainda predomina sobre países mais avançados na eletrificação automotiva. Com sete carros elétricos por ponto de carregamento, o país está ameaçado de enfrentar congestionamentos em suas estações, especialmente em áreas urbanas densas e corredores viários estratégicos. Para comparação, a Holanda tem apenas três carros por carregador, enquanto a Noruega e a Alemanha apresentam proporções de 10 e 12 carros por carregador, respectivamente.

Por que investir em carregadores de alta potência é essencial?
A maioria dos carregadores no Brasil ainda são de baixa potência (AC), inadequados para viagens longas que exigem recargas rápidas. Os carregadores rápidos (DC) e ultrarrápidos, que permitem carregar um veículo em menos de uma hora, são imperativos para melhorar a qualidade e eficiência da infraestrutura de carregamento no país.
Quais são os desafios no planejamento de viagens com veículos elétricos?
Para quem planeja investir em um veículo elétrico no Brasil, é essencial considerar a infraestrutura de recarga disponível. Carros elétricos são ideais para uso urbano, onde a autonomia média de 250 a 400 km é suficiente para deslocamentos diários. No entanto, para viagens mais extensas, um planejamento cuidadoso é necessário. Conhecer a localização de carregadores, prever paradas mais longas e adaptar a velocidade de condução em rodovias são algumas das adaptações exigidas.
Apesar dos desafios, a perspectiva para veículos elétricos no Brasil é promissora. A infraestrutura deve continuar a se expandir, com investimentos crescentes e melhorias constantes, tornando o uso de carros elétricos cada vez mais viável e prático em todo o território nacional.
