O mercado brasileiro de motocicletas tem passado por uma fase de aquecimento notável em 2025, impulsionado por uma série de fatores que vão desde a crescente demanda por mobilidade individual até inovações tecnológicas no setor. A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) revisou suas projeções para cima, refletindo o bom desempenho observado nos primeiros meses do ano. Segundo a entidade, a produção deve alcançar 1.950.000 unidades no Polo Industrial de Manaus, um crescimento de 11,5% em relação a 2024, marcando o melhor resultado desde 2011.
Esse otimismo não se limita apenas à produção. No varejo, as expectativas são igualmente positivas, com emplacamentos previstos de atingir 2,1 milhões de unidades, refletindo uma alta de 11,9% em comparação ao ano anterior. Esse cenário promissor se apoia na consolidação da motocicleta como uma alternativa eficiente e prática para as necessidades de mobilidade no Brasil, especialmente em um contexto de congestionamento urbano e aumento dos custos de transporte individual.
Quais são os principais motores de crescimento da indústria de motocicletas no Brasil?
O aumento da produção e das vendas de motocicletas no Brasil pode ser atribuído a vários fatores. Primeiramente, a pandemia de COVID-19 instigou uma mudança no comportamento dos consumidores, que passaram a buscar meios de transporte individuais para evitar aglomerações. Além disso, a infraestrutura urbana saturada e os altos preços dos combustíveis tornaram as motocicletas uma opção atraente, não apenas pela economia, mas também pela agilidade no trânsito.
Outro fator que impulsiona o mercado é a expansão da oferta de modelos para atender diferentes necessidades e preferências dos consumidores. A categoria Street, por exemplo, continua a dominar o mercado, com modelos como a Honda CG 160 liderando as vendas. Essa diversificação permite que marcas ofereçam opções que atendem desde o uso diário até motocicletas mais potentes para os entusiastas do motociclismo.

Qual o impacto das motocicletas de baixa cilindrada no mercado brasileiro?
As motocicletas de baixa cilindrada desempenham um papel crucial no mercado brasileiro. Em setembro, essas motos representaram 79,4% da produção total, ilustrando sua vital importância para o setor. Elas são vistas como acessíveis não apenas em termos de preço de compra, mas também no que diz respeito à manutenção e consumo de combustível. Esse equilíbrio entre custo e benefício é especialmente relevante para a classe trabalhadora, que busca transportes que otimizem seu deslocamento diário com um orçamento controlado.
Como as exportações se relacionam ao crescimento do mercado interno?
Apesar do forte mercado interno, as exportações de motocicletas brasileiras também têm apresentado números impressionantes em 2025, com um aumento de 23,6% em relação ao ano anterior. Este crescimento é impulsionado pela competitividade dos modelos nacionais nos mercados internacionais, onde a busca por opções econômicas e sustentáveis tem sido crescente. Essa dinâmica não apenas fortalece o papel do Brasil como um player significativo na indústria automotiva global, mas também abre novas oportunidades para as montadoras locais expandirem sua presença internacional.
Em conclusão, a indústria de motocicletas no Brasil tem se beneficiado de uma combinação de fatores econômicos e sociais que reforçam a escolha da motocicleta como um meio de transporte viável e desejável. O aumento na produção, vendas e exportações reflete uma adaptação bem-sucedida às necessidades do mercado moderno, abrindo caminho para um futuro próspero e sustentável nesse setor.