Recentemente, a BYD, uma das maiores fabricantes de veículos elétricos, iniciou oficialmente a produção de seus carros no Brasil. Este passo simboliza um marco significativo no setor automotivo brasileiro, aproveitando a planta industrial previamente ocupada pela Ford em Camaçari, na Bahia. Com a presença de grandes figuras políticas como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o CEO da BYD, Wang Chuanfu, a inauguração foi marcada por otimismo e promessas de consolidação da marca no mercado local e regional.
A empresa chinesa já havia iniciado testes em julho no local, onde foram apresentadas unidades do modelo elétrico Dolphin Mini. Com essa expansão, a BYD projeta a criação de cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos, revelando um impacto econômico profundo na região. O investimento envolvido atinge expressivos R$ 5,5 bilhões, reforçando a estratégia da empresa de solidificar sua presença na América do Sul e vislumbrar um futuro com produção anual de até 600 mil veículos.
Qual a estratégia de produção da BYD no Brasil?
Inicialmente, a BYD adotará o modelo de produção chamado SKD (Semi Knocked Down), em que os veículos são parcialmente montados na China e posteriormente finalizados no Brasil. Contudo, a empresa não pretende estacionar nesses métodos e planeja transitar para o regime CKD (Completely Knocked Down) em um futuro breve. No regime CKD, os carros chegam ao país totalmente desmontados, o que permitirá uma nacionalização maior da cadeia produtiva e poderá reduzir custos.
Quais modelos serão produzidos na fábrica de Camaçari?
Na fábrica de Camaçari, a BYD já iniciou a produção do Dolphin Mini, o veículo elétrico mais acessível de sua linha no Brasil. Além disso, a linha de montagem também contempla dois híbridos: o SUV Song Pro e o sedã King. Vale destacar que, além dos veículos, a empresa anunciou a fabricação de motores híbridos flex, prometendo ampliá-los para uso com etanol, característica importante para o mercado brasileiro.

Como a BYD está respondendo à concorrência no mercado automotivo brasileiro?
A introdução da produção local pela BYD também tem sido uma resposta estratégica à competição acirrada com marcas tradicionais instaladas no Brasil. Montadoras como Volkswagen, General Motors, Stellantis e Toyota têm manifestado preocupação com as vantagens tarifárias proporcionadas a veículos produzidos sob os regimes SKD e CKD, alegando que isso pode gerar uma concorrência desleal. Em defesa, a BYD destacou que oferece produtos mais inovadores e acessíveis, sugerindo que são esses atributos que realmente atraem o consumidor brasileiro.
Para mitigar tensões, o governo adotou políticas intermediárias, como a isenção de tarifas para certas importações por seis meses, até um limite estipulado de US$ 463 milhões. Após esse período, serão aplicadas alíquotas plenas, estabelecendo um cronograma para 2027. A medida foi pensada para suavizar o choque de interesses entre concorrentes locais e a ascendente montadora chinesa.
Quais são as expectativas futuras da BYD no Brasil?
Como parte de seus planos de expansão no Brasil, a BYD prometeu lançar novas opções de veículos eletrificados com preços mais acessíveis, visando atender nichos de mercado específicos como taxistas e Pessoas com Deficiência (PCD). O compacto Dolphin Mini, por exemplo, receberá em breve versão para venda direta, oferecendo valores reduzidos por meio de descontos significativos. Esta estratégia reflete o comprometimento da BYD em atender as demandas locais e expandir sua presença na região de maneira sustentável e equilibrada.
