Nos últimos anos, a Europa tem buscado reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) provenientes de veículos novos, com o objetivo de cumprir metas ambientais cada vez mais rígidas. Em 2024, porém, foi registrado um leve aumento nas emissões médias de CO2 dos carros de passeio e veículos comerciais leves, segundo dados preliminares da Agência Europeia do Meio Ambiente. Esse cenário reacendeu discussões sobre o impacto da desaceleração nas vendas de veículos elétricos e os desafios para atingir os limites estabelecidos pela União Europeia.
O aumento observado nas emissões médias de CO2 foi atribuído, em grande parte, à diminuição da participação dos veículos totalmente elétricos e híbridos plug-in no mercado europeu. Apesar de as médias ainda estarem dentro dos limites definidos para 2024, a situação exige atenção, especialmente diante das metas mais rigorosas previstas para 2025. O desempenho do setor automotivo, portanto, tornou-se um ponto central no debate sobre sustentabilidade e mobilidade urbana no continente.
Por que as emissões de CO2 voltaram a crescer na Europa?
Após três anos consecutivos de queda, as emissões médias de CO2 dos veículos novos aumentaram em 2024. Os carros de passeio passaram a emitir, em média, 106,8 gramas de CO2 por quilômetro, enquanto os veículos comerciais leves atingiram 185,4 g/km. O principal fator para esse crescimento foi a redução no ritmo de vendas de carros elétricos e híbridos plug-in, que perderam participação no total de emplacamentos. Essa tendência foi observada tanto na União Europeia quanto em países como Reino Unido, Noruega e Islândia, integrantes da EFTA.
Como a diminuição das vendas de elétricos impacta as metas ambientais?
A desaceleração nas vendas de veículos elétricos teve efeito direto no aumento das emissões médias de CO2. Em 2024, a participação dos modelos 100% elétricos caiu de 14,6% para 13,6% entre os carros de passeio na União Europeia. Os híbridos plug-in também apresentaram queda, passando de 7,7% para 7,1%. No segmento de veículos comerciais leves, a procura por versões elétricas foi ainda menor, com a participação caindo de 8,3% para 6,4%. Esse cenário dificulta o alcance das metas ambientais estabelecidas, já que os veículos movidos a combustíveis fósseis continuam predominando nas vendas.
Quais são as novas metas de emissões para 2025 na União Europeia?
A partir de 2025, as regras para emissões de CO2 ficarão ainda mais rígidas. Os limites estabelecidos pela União Europeia serão de 93,6 g/km para carros de passeio e 153,9 g/km para veículos comerciais leves. Para atender a essas exigências, as montadoras precisarão acelerar a transição para tecnologias mais limpas, como os veículos elétricos e híbridos. Apesar de uma recente alteração na fórmula de cálculo, que oferece mais tempo para adaptação, o desafio permanece significativo para o setor automotivo.

O que esperar do mercado de veículos elétricos em 2025?
Mesmo com a queda registrada em 2024, os primeiros meses de 2025 apontam para uma recuperação nas vendas de veículos elétricos. Entre janeiro e abril, houve um crescimento de 26,4% nas vendas de carros de passeio totalmente elétricos na União Europeia, enquanto os híbridos plug-in aumentaram 7,8%. Considerando também o Reino Unido e países da EFTA, o avanço foi ainda maior, com crescimento de 27,4% para elétricos e 11,2% para híbridos plug-in. Esses números indicam uma possível retomada da tendência de redução das emissões médias de CO2, caso o ritmo de vendas se mantenha elevado.
- Emissões médias de CO2 aumentaram em 2024 após três anos de queda.
- Vendas de veículos elétricos e híbridos plug-in caíram, impactando negativamente os resultados ambientais.
- Metas para 2025 serão mais rigorosas, exigindo esforços adicionais das montadoras.
- Primeiros meses de 2025 mostram sinais de recuperação nas vendas de elétricos.
O desempenho do mercado automotivo europeu em relação às emissões de CO2 permanece sob análise, especialmente diante das novas metas ambientais. O ritmo de adoção de veículos elétricos será determinante para o cumprimento dos objetivos estabelecidos e para a redução do impacto ambiental no setor de transportes.