Nos últimos anos, os carros híbridos e elétricos têm ganhado destaque nas ruas brasileiras. Este crescimento é impulsionado por incentivos governamentais, uma maior variedade de modelos disponíveis e uma crescente consciência ambiental entre os consumidores. No entanto, quando se trata de revenda, surge uma questão comum: esses veículos desvalorizam mais do que os modelos tradicionais a combustão?
Para entender essa questão, é necessário considerar diversos fatores, como o estágio de amadurecimento do mercado brasileiro e os hábitos dos motoristas. Segundo dados do Índice Webmotors, em 2024, a depreciação média dos carros a combustão foi de -4,19%, enquanto os híbridos apresentaram uma queda de -10,26% e os elétricos de -18,40%. Esses números indicam que, em geral, os veículos eletrificados ainda desvalorizam mais.
Por que os carros elétricos e híbridos desvalorizam mais?
Uma das principais razões para a desvalorização acentuada dos carros elétricos e híbridos é a falta de familiaridade do público com a tecnologia. Muitos compradores ainda têm receios em relação à manutenção, à durabilidade das baterias e à infraestrutura de recarga. No entanto, o avanço tecnológico tem ajudado a mitigar essas preocupações.
As baterias modernas de íons de lítio, por exemplo, possuem uma vida útil que geralmente supera a do próprio veículo. Além disso, o custo de manutenção tende a ser menor em veículos eletrificados, devido ao menor desgaste de componentes como freios e sistemas auxiliares.
Como a infraestrutura de recarga afeta a desvalorização?
A infraestrutura de recarga é outro fator que influencia a desvalorização dos carros eletrificados. Embora o Brasil esteja expandindo sua rede de carregadores públicos, ainda há um longo caminho a percorrer, especialmente fora das grandes capitais. Em 2024, o número de carregadores cresceu significativamente, mas ainda é insuficiente em comparação com países europeus.
Essa limitação pode impactar a decisão de compra, principalmente para aqueles que dependem do carro para viagens longas. No entanto, muitos proprietários recarregam seus veículos em casa ou no trabalho, o que reduz a relevância da infraestrutura pública de recarga no uso diário.
Quais modelos de carros eletrificados retêm melhor o valor?
Alguns modelos de carros eletrificados têm se destacado por sua baixa desvalorização. Marcas como GWM e BYD estão bem posicionadas no mercado de usados, devido à combinação de tecnologia avançada, bom desempenho e preços competitivos. O BYD Dolphin e o Song, por exemplo, oferecem custos operacionais significativamente menores do que os carros a combustão.

Além disso, garantias estendidas e informações claras sobre o estado da bateria são essenciais para agregar valor ao carro usado. Fabricantes que fornecem dados precisos sobre a saúde da bateria e garantias longas tendem a inspirar mais confiança nos compradores.
O futuro da desvalorização dos carros elétricos e híbridos no Brasil
Embora os dados atuais mostrem que os carros elétricos e híbridos ainda desvalorizam mais que os a combustão, essa tendência pode mudar. A educação do consumidor, a evolução da infraestrutura e a transparência das fabricantes são fatores-chave para essa transformação. À medida que o público se familiariza com a eletromobilidade e as redes de recarga se expandem, a desvalorização tende a diminuir.
Para aqueles que consideram adquirir um carro eletrificado, é importante pesquisar modelos com boa aceitação no mercado, verificar o histórico de revenda e entender as garantias oferecidas. Com o tempo, os eletrificados devem ocupar um espaço cada vez maior no mercado de usados.