O saque-aniversário do FGTS se tornou uma das modalidades mais comentadas entre trabalhadores com carteira assinada nos últimos anos. Em 2025, o tema segue em destaque porque as regras foram sendo ajustadas e ainda geram dúvidas sobre quem pode aderir, como funciona o resgate anual e quais os impactos para o planejamento financeiro de quem opta pelo modelo.
O que é o FGTS e como funciona o saque-aniversário?
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado para formar uma reserva em nome do trabalhador, abastecida mensalmente pelos empregadores, sem desconto direto do salário. Tradicionalmente, esse dinheiro só podia ser acessado em situações específicas, como demissão sem justa causa, aposentadoria, compra de imóvel, doenças graves ou desastres naturais.
Com a criação do saque-aniversário do FGTS, surgiu uma alternativa de uso periódico desses recursos, permitindo retiradas anuais de parte do saldo. Essa opção convive com o saque-rescisão, modelo padrão em que o trabalhador só movimenta o total em eventos previstos em lei, alterando a lógica de uso do fundo.
Quais são as regras atualizadas do saque-aniversário do FGTS em 2025?
Em 2025, as regras do saque-aniversário mantêm a estrutura principal dos últimos anos, com ajustes pontuais de sistemas e comunicação. A adesão continua sendo opcional, feita de forma digital pelos canais oficiais, como aplicativo do FGTS ou internet banking de instituições parceiras.
Após a escolha, o trabalhador passa a ter direito a sacar, uma vez por ano, um percentual do saldo mais uma parcela adicional, de acordo com a faixa em que se enquadra. As faixas de retirada usam alíquotas progressivas, reduzindo o percentual à medida que o saldo aumenta, mas com possível parcela fixa para complementar o valor.
Como funciona o calendário e o prazo do saque-aniversário do FGTS?
O calendário do saque-aniversário do FGTS é organizado com base no mês de nascimento do trabalhador. A cada ano, o valor fica disponível a partir do primeiro dia útil do mês de aniversário e permanece liberado até o fim do segundo mês subsequente, retornando ao fundo se não for movimentado.
Na prática, o processo segue alguns passos básicos, que ajudam a entender desde a adesão até o recebimento efetivo dos recursos a cada ano:
- O trabalhador faz a opção pelo saque-aniversário em um canal autorizado.
- O sistema do FGTS registra a escolha e define o calendário de liberação.
- No ano seguinte (ou no mesmo ano, dependendo da data de adesão), o valor correspondente ao percentual e à parcela adicional fica disponível para saque.
- O titular pode transferir o dinheiro para conta bancária, sacar em canais físicos ou deixá-lo retornar ao FGTS se não houver movimentação no prazo.

O saque-aniversário do FGTS impede o saque total na demissão?
Um dos pontos mais sensíveis do saque-aniversário é a restrição ao saque total em caso de demissão sem justa causa. Quem aderiu continua recebendo a multa de 40% sobre o saldo depositado pelo empregador, mas não pode retirar todo o valor acumulado nas contas do fundo no momento da rescisão.
Nessa situação, o acesso permanece limitado às retiradas anuais, conforme o calendário de aniversário. Por isso, é importante avaliar o mercado de trabalho, a estabilidade do emprego atual e o impacto de não contar com o FGTS integral em uma eventual demissão.
É possível cancelar o saque-aniversário e voltar ao saque-rescisão?
As regras atualizadas permitem que o trabalhador solicite o retorno ao modelo de saque-rescisão, caso mude de ideia. No entanto, essa alteração não é imediata e está sujeita a um período de carência definido em norma, que pode abranger alguns ciclos de saque.
Durante esse intervalo, o titular ainda segue as normas do saque-aniversário, mantendo a limitação de acesso em casos de demissão sem justa causa. Por isso, o pedido de mudança deve ser planejado, especialmente por quem pretende trocar de emprego ou teme uma dispensa no curto prazo.
Quais cuidados são importantes ao aderir ao saque-aniversário do FGTS?
Antes de optar pelo saque-aniversário, é essencial analisar se a modalidade se encaixa no seu perfil e nas suas metas financeiras. Alguns pontos de atenção ajudam a tomar uma decisão mais consciente e a evitar riscos desnecessários no orçamento.
- Avaliar a estabilidade no emprego: em setores com alta rotatividade, o saque total na demissão pode ser uma segurança relevante.
- Verificar a necessidade real do dinheiro: usar o saque apenas para consumo imediato pode comprometer a reserva de longo prazo.
- Observar contratos de empréstimo com garantia do saque-aniversário: antecipar parcelas futuras reduz a margem de escolha no uso do FGTS.
- Acompanhar as mudanças legais: alterações em regras e prazos podem impactar diretamente o acesso aos recursos.
Diante das regras atualizadas em 2025, o saque-aniversário permanece como uma alternativa de acesso periódico ao fundo. A decisão tende a ser mais adequada quando alinhada às condições de trabalho, às metas financeiras e à real necessidade de liquidez ao longo do ano.
