O Relatório Mundial sobre a Felicidade 2025 trouxe à tona um dado interessante: compartilhar refeições desempenha um papel fundamental na promoção do bem-estar, tanto em nível individual quanto coletivo. O hábito de sentar-se à mesa com amigos, familiares ou colegas ultrapassa aspectos culturais e econômicos, influenciando diretamente a satisfação com a vida e o apoio social percebido.
Segundo a pesquisa, conduzida em 142 países e territórios, as diferenças na frequência de refeições compartilhadas expõem particularidades de cada sociedade. Enquanto em algumas regiões o convívio à mesa é prática diária, em outros lugares comer sozinho é rotina para grande parte da população. Essa variação não se restringe à renda, educação ou emprego, revelando fatores culturais e sociais envolvidos nesse comportamento.
Como compartilhar refeições influencia a felicidade?
Os dados coletados mostram que compartilhar refeições está diretamente relacionado a níveis mais altos de felicidade e satisfação. Pessoas que realizam mais refeições acompanhadas relataram índices elevados de emoções positivas, como alegria e gratidão, além de apresentarem menor incidência de sentimentos negativos, como solidão e tristeza. O ato de dividir o alimento cria oportunidades para conversas, troca de experiências e fortalecimento dos laços sociais.
O estudo destaca ainda que o hábito de comer junto pode ser comparado à renda e ao emprego no que diz respeito à sua influência sobre o bem-estar subjetivo. Ou seja, assim como condições econômicas e profissionais, a frequência de refeições compartilhadas serve como um forte indicador da qualidade de vida em diferentes contextos ao redor do mundo.
Quais regiões do mundo mais compartilham refeições?
Na América Latina e no Caribe, o costume de compartilhar refeições está fortemente enraizado. Nesses locais, cada habitante compartilha, em média, nove refeições semanais com outras pessoas, número superior ao de qualquer outra região. Esse cenário contrasta fortemente com o Sul da Ásia, onde é comum relatar menos de quatro refeições compartilhadas na mesma frequência de tempo.

Alguns países também apresentam resultados destacados nesse quesito. Por exemplo, o Canadá figura na 53ª colocação no ranking, com mais de oito refeições compartilhadas por semana, enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido aparecem em posições mais abaixo. Bangladesh e Estônia, por sua vez, registram os menores índices, com menos de três refeições compartilhadas semanalmente.
Por que as refeições compartilhadas são tão relevantes para o apoio social?
O relatório evidencia que a prática de comer acompanhado favorece a construção de redes de apoio e reciprocidade positiva. Países nos quais as refeições são coletivas tendem a apresentar menores índices de solidão e maior facilidade para trocas de suporte entre os indivíduos. O momento à mesa cria um espaço de convivência capaz de fortalecer vínculos e promover um senso de pertencimento.
Outros aspectos também ganham destaque, como a possibilidade de transmitir tradições, valores familiares e costumes culturais por meio das reuniões em torno da comida. Essa interação pode ajudar a mitigar sentimentos negativos e criar lembranças afetivas importantes para a saúde mental e emocional das pessoas.
Como promover refeições compartilhadas em um mundo cada vez mais individualizado?
Nos últimos anos, observou-se o crescimento do hábito de comer sozinho, especialmente em países como os Estados Unidos. Cerca de um quarto da população americana declarou ter feito todas as refeições sozinha no dia anterior, conforme levantamento de 2023. Entre os principais fatores estão a rotina acelerada, a urbanização e as mudanças no estilo de vida.
- Agendar refeições em família ou com amigos ao menos uma vez por semana;
- Participar de eventos coletivos, como almoços comunitários ou festas regionais;
- Envolver crianças e jovens no preparo da comida para estimular a convivência;
- Fomentar o hábito de cozinhar em casa, convidando parentes e colegas para compartilhar a refeição;
- Valorizar encontros em restaurantes e praças de alimentação como oportunidades de socialização.
Promover o compartilhamento de refeições pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a saúde emocional e fortalecer comunidades, contribuindo para um convívio mais saudável e feliz segundo diversos indicadores do Relatório Mundial sobre a Felicidade 2025.
