A modernidade trouxe aos consumidores brasileiros uma nova gama de opções no setor automotivo, com os veículos elétricos emergindo como um destaque. Com isso, surge a preocupação crescente sobre como esses carros seguram seu valor no mercado, sobretudo quando comparados aos veículos tradicionais movidos a combustão. A diferença de preços e a evolução tecnológica têm influenciado a decisão de compra dos consumidores, em meio a um cenário de rápida mudança na indústria automobilística.
A preferência pelos veículos elétricos tem se intensificado nos últimos anos, acompanhada por incentivos governamentais e um aumento na conscientização ambiental. Contudo, a depreciação dos elétricos suscita questionamentos. Estatísticas recentes indicam que, em média, os elétricos têm uma depreciação mais acelerada. Este comportamento é reflexo de diversos fatores que favorecem tanto a inovação quanto o desafio de manter o valor de revenda.
Por que os elétricos depreciam mais rapidamente?
Os indicadores do mês de setembro de 2025 revelaram que a depreciação dos veículos elétricos é mais acentuada do que a dos carros a combustão, seja para modelos novos ou usados. Entre os principais fatores para essa tendência está a evolução tecnológica acelerada, com frequentes atualizações em baterias e sistemas que rapidamente tornam os modelos anteriores ‘ultrapassados’. A busca por modelos mais modernos pressiona o valor de revenda dos modelos mais antigos.
Outro ponto sensível é a volatilidade nos preços de veículos zero-quilômetro, alimentada por uma competição acirrada entre as montadoras, em especial com a entrada de fabricantes chineses no mercado. Este cenário leva as marcas a ajustarem constantemente suas políticas de preços, afetando significativamente os valores de negociação dos carros novos e, assim, dos usados.
Baterias e incerteza
A bateria representa o maior custo em um veículo elétrico, tanto pela inovação quanto pela capacidade energética que oferece. A durabilidade e o custo de substituição das baterias são fatores que geram incerteza nos consumidores do mercado de usados, reduzindo sua confiança na revenda desses veículos. Essa preocupação é um dos elementos cruciais na depreciação dos elétricos, agravada pela percepção de que a tecnologia pode rapidamente ficar defasada.

Impostos e regulações: uma variável crítica?
A dinâmica fiscal também desempenha um papel na desvalorização dos elétricos. Anteriormente, muitos modelos foram importados com isenção de impostos. No entanto, mudanças nas políticas tributárias, implementadas em 2024, introduziram um novo componente de incerteza na formação de preços. Isso não só impacta os futuros carregamentos, mas também complica a presença dos modelos existentes no mercado de usados, contribuindo para uma perda de valor mais acentuada.
O que o futuro reserva para os veículos elétricos?
O segmento de veículos híbridos continua a buscar um ponto de estabilidade. Embora também sofram depreciação, os híbridos demonstram uma resiliência comparável à dos veículos a combustão, devido à integração de motores tradicionais. As tendências de mercado sugerem que os veículos elétricos poderão estabilizar sua depreciação à medida que a infraestrutura de suporte cresce e as preocupações tecnológicas se resolvem.
A perspectiva para os veículos elétricos é desafiadora, mas promissora. À medida que crescem em popularidade, a expectativa é que a compreensão de seu legado de revenda se solidifique. Para os consumidores, a decisão entre um veículo elétrico e um a combustão não é apenas sobre inovação, mas sobre a segurança em seu investimento. O equilíbrio entre avanço tecnológico e uma depreciação controlada determinará o futuro dessa revolução silenciosa no Brasil.
